A Caixa Econômica Federal divulgou uma nota oficial nesta quarta-feira (24após vir a público o caso de um funcionário da instituição acusado de desviar mais de R$ 6 milhões de contas internas para apostar em plataformas ilegais de jogos de azar, incluindo o popular “jogo do tigrinho” — nome popular do Fortune Tiger, uma máquina de caça-níquel online.
O caso ocorreu em uma agência da Caixa em São Paulo, mas as investigações indicam que o funcionário agia de forma articulada e planejada há pelo menos seis meses. A Controladoria-Geral da União e a Polícia Federal já acompanham o caso.
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“DESCONTROLE FINANCEIRO E VÍCIO EM APOSTAS”
Segundo apurações preliminares, o bancário usava brechas no sistema de compensações internas para transferir valores para contas de laranjas e, em seguida, realizar depósitos em sites de jogos, muitos deles sediados fora do Brasil.
A Polícia Federal identificou que o servidor mantinha rotina diária de apostas, chegando a movimentar mais de R$ 800 mil em uma única semana. “Há claros indícios de compulsão, com apostas sucessivas, inclusive durante o expediente”, disse uma fonte da investigação.
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MANIFESTAÇÃO DA CAIXA
Em nota oficial, a Caixa informou que o funcionário foi desligado imediatamente após a descoberta das irregularidades e que colabora com as investigações. “A instituição possui sistemas de controle e rastreabilidade que permitiram a identificação da fraude, e está tomando todas as providências para o ressarcimento dos valores desviados”, diz o comunicado.
O banco também reiterou que não tolera desvios de conduta de seus empregados e que reforçará auditorias internas para prevenir novos casos.
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IMPLICAÇÕES LEGAIS
A Procuradoria da República deve oferecer denúncia contra o ex-funcionário por peculato, lavagem de dinheiro e crime contra o sistema financeiro nacional. A pena, somada, pode ultrapassar 20 anos de reclusão.
Além disso, a plataforma de jogos online utilizada no esquema também está sendo alvo de investigação, podendo ser enquadrada por operação ilegal de jogos de azar e evasão de divisas.
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O “JOGO DO TIGRINHO” E O CRESCIMENTO DAS APOSTAS
O caso reacende o alerta sobre o crescimento desenfreado dos jogos online no Brasil, especialmente entre jovens e trabalhadores com acesso a crédito. O Fortune Tiger, apelidado de “jogo do tigrinho”, é promovido massivamente nas redes sociais e não possui autorização da Receita Federal ou da SECAP (Secretaria de Apostas do Ministério da Fazenda).
Entidades como o MPF e o Procon têm pressionado por uma regulamentação mais rígida das plataformas e punições a influenciadores que promovem esse tipo de jogo.
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CONCLUSÃO:
O escândalo envolvendo a Caixa e o vício em jogos virtuais levanta não apenas uma questão de segurança bancária, mas também o impacto social e psicológico do acesso fácil às apostas. O caso segue sob investigação, e novas diligências devem ocorrer nos próximos dias.