A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou nesta quarta-feira (24o resultado de uma análise laboratorial em 41 marcas de suplementos de creatina comercializados no Brasil. O objetivo do estudo foi verificar se os produtos vendidos ao consumidor realmente entregam a quantidade prometida da substância — amplamente utilizada por praticantes de atividades físicas.
O relatório aponta que ao menos 10 marcas apresentaram concentração abaixo do declarado no rótulo, algumas delas com níveis quase nulos de creatina. A agência também identificou falhas na rotulagem, ausência de número de registro válido e indícios de importação irregular.
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CRITÉRIOS DO TESTE E RESULTADOS
Os testes foram conduzidos no Laboratório Central da Anvisa e em centros parceiros, e avaliaram tanto produtos nacionais quanto importados. Os critérios incluíram a verificação da quantidade real de creatina por dose, presença de contaminantes e regularidade do registro sanitário.
Segundo a agência, os produtos com graves desconformidades serão retirados do mercado e as empresas responsáveis podem sofrer multas e interdição de lotes. A lista completa das marcas será publicada no Diário Oficial até o fim desta semana.
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RISCO À SAÚDE OU FRAUDE ECONÔMICA?
De acordo com a Anvisa, os suplementos testados não apresentaram risco direto à saúde dos consumidores, mas configuram fraude econômica por venderem um produto com qualidade inferior ao prometido. “É um prejuízo para o consumidor que investe em um suplemento esperando melhora no desempenho físico e não recebe o que pagou”, afirma o diretor da agência, Daniel Meirelles.
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ORIENTAÇÃO AOS CONSUMIDORES
A Anvisa recomenda que o público:
• Verifique se o produto tem número de registro válido na Anvisa;
• Desconfie de preços muito abaixo da média do mercado;
• Prefira marcas consolidadas e vendidas em farmácias ou lojas especializadas;
• Denuncie produtos suspeitos pelo canal oficial da agência.
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CREATINA É EFICAZ?
A creatina é uma substância naturalmente produzida pelo corpo e também obtida via alimentação, mas a suplementação é comum em treinos de alta intensidade. Estudos apontam que ela aumenta a força, melhora a recuperação muscular e pode beneficiar até mesmo idosos e pacientes neurológicos, se usada de forma correta e com acompanhamento.
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CONCLUSÃO:
A investigação da Anvisa reacende o alerta sobre a qualidade dos suplementos vendidos no Brasil e reforça a importância da fiscalização contínua no setor de nutrição esportiva, que movimenta bilhões de reais ao ano e impacta diretamente a saúde de milhões de consumidores.