Diante da escalada da violência em Salvador e da suposta união entre facções criminosas rivais na capital baiana, o governador Jerônimo Rodrigues (PTdeclarou nesta segunda-feira (28que “trata do seu papel” como gestor e não vai alimentar polêmicas em torno de articulações do crime organizado.
A fala foi feita durante evento público no Centro Administrativo da Bahia (CAB), ao ser questionado por jornalistas sobre relatos de que grupos criminosos estariam se aliando para ampliar domínio territorial em bairros como Valéria, Águas Claras e Tancredo Neves.
GOVERNADOR EVITA ESCALAR O DISCURSO
“Quem cuida de facção é facção. Eu trato do meu papel: governar, garantir políticas públicas, educação, saúde e segurança com responsabilidade. Não me cabe comentar articulações do crime”, respondeu Jerônimo, visivelmente incomodado com a pergunta.
A declaração gerou reações divididas nas redes sociais. Enquanto aliados elogiaram a postura institucional, opositores criticaram a falta de firmeza frente à criminalidade.
UNIÃO DE FACÇÕES PREOCUPA AUTORIDADES
Informações obtidas por fontes da segurança pública apontam que integrantes do Comando Vermelho (CVe de células dissidentes do Bonde do Maluco (BDMestariam formando alianças pontuais para enfrentar rivais e disputar áreas de tráfico em Salvador.
A Polícia Civil e a Secretaria da Segurança Pública (SSP-BAainda não confirmaram oficialmente a união, mas reforçaram o monitoramento das movimentações nos bairros mais críticos. Relatórios de inteligência circulam entre órgãos federais e estaduais.
OPOSIÇÃO COBRA POSIÇÃO FIRME
Lideranças da oposição na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BAcobraram uma postura mais incisiva do governador. “O crime está se organizando e o governo não pode fazer vista grossa. A população exige segurança e enfrentamento claro ao narcotráfico”, afirmou o deputado estadual Sandro Régis (União Brasil).
PLANO DE SEGURANÇA SEGUE EM ANDAMENTO
A SSP-BA reiterou que ações do Programa Bahia pela Paz, lançado em 2024, seguem em curso e que mais de 1.200 policiais foram integrados ao patrulhamento ostensivo em Salvador e RMS (Região Metropolitana de Salvador).
O secretário Marcelo Werner reforçou que operações integradas com a PF e o Ministério da Justiça devem ser intensificadas nos próximos meses, com foco em quebra de fluxo financeiro das facções e prisões de líderes locais.
CONCLUSÃO:
Em meio a rumores de alianças criminosas, Jerônimo adota um discurso institucional, mas o avanço territorial de facções reacende o debate sobre a eficácia do modelo de segurança pública na Bahia. A pressão política sobre o governo deve aumentar, principalmente se os índices de violência continuarem em alta nos próximos meses.