O ex-prefeito de Salvador e vice-presidente nacional do União Brasil, ACM Neto, voltou a subir o tom contra o governador Jerônimo Rodrigues (PTnesta terça-feira (13), após a divulgação do Atlas da Violência 2025 que confirma a Bahia como o estado com maior número absoluto de homicídios no Brasil. Em vídeo publicado nas redes sociais, Neto acusou o governador de omissão diante do agravamento da violência e criticou sua viagem oficial à China em meio ao que classificou como a “pior crise de segurança da história baiana”.
Segundo o ex-prefeito, a ausência do chefe do Executivo estadual em solo baiano demonstra insensibilidade e descompromisso com a população. “Enquanto jovens estão sendo mortos todos os dias, enquanto famílias choram seus filhos assassinados, o governador está do outro lado do mundo. O mínimo que se esperava era presença e comando num momento tão grave”, declarou ACM Neto.
A viagem de Jerônimo Rodrigues tem como objetivo estreitar relações comerciais com empresas chinesas, incluindo a BYD, que assumiu o complexo industrial da antiga Ford em Camaçari. No entanto, a iniciativa tem gerado controvérsia, uma vez que o investimento prometido pela montadora foi adiado para 2026, frustrando expectativas de geração de empregos em 2025.
A oposição também questiona o impacto real dessas missões internacionais, que, segundo parlamentares críticos, não resultam em benefícios concretos à população. “Viajar para negociar é importante, mas não se pode ignorar que estamos à beira do colapso da segurança pública. A prioridade deveria ser aqui, agora”, reforçou a deputada estadual Marcelle Moraes (UB).
Em nota, o governo da Bahia minimizou as críticas e afirmou que a agenda internacional é estratégica para atrair investimentos e modernizar a economia do estado. Acrescentou ainda que o secretário de Segurança Pública, Marcelo Werner, segue coordenando as ações da pasta em Salvador e no interior.
Para analistas políticos, a crítica de ACM Neto insere-se no contexto da pré-campanha para 2026 e visa reposicionar o ex-prefeito como figura de oposição ativa ao governo estadual. No entanto, também reflete a crescente pressão da sociedade civil por respostas mais concretas diante da escalada de homicídios, especialmente entre jovens e moradores de áreas periféricas.
A ausência de Jerônimo Rodrigues do noticiário local, em meio ao agravamento de indicadores de violência, pode impactar sua imagem pública caso a situação continue se deteriorando nos próximos meses.