Neste sábado (17), o Movimento Brasil Livre (MBLrealizará seu congresso estadual na Bahia, no Hotel Portobello Ondina Praia, em Salvador. O evento, marcado para começar às 14h, reunirá lideranças locais e nacionais da direita liberal brasileira e promete discutir, entre outras pautas, a criação de um novo partido político — o “Missão” — com vistas às eleições de 2026.
Entre os confirmados estão o deputado federal Kim Kataguiri, o influenciador digital Guto Zacarias, o coordenador nacional do MBL Renan Santos, além de lideranças jovens da Bahia como o vereador Sandro Filho. A programação inclui painéis sobre segurança pública, combate à corrupção, liberdade econômica, estratégias eleitorais e uso de redes sociais na mobilização política.
O evento marca a tentativa de retomada da relevância política do MBL após anos de retração pública e conflitos internos. Desde sua atuação destacada nas manifestações pelo impeachment de Dilma Rousseff em 2016, o movimento vem perdendo protagonismo, sobretudo após divergências com alas mais extremadas da direita. A proposta do partido “Missão” é ocupar o espaço de centro-direita com um discurso reformista, antipopulista e pró-mercado.
A escolha da Bahia para o congresso estadual não é aleatória. O estado, governado há mais de 17 anos pelo PT, representa um dos maiores redutos eleitorais da esquerda no país. Organizar o evento em Salvador simboliza, para os organizadores, o esforço de conquistar novos públicos e fortalecer a base liberal no Nordeste, onde o MBL ainda tem baixa penetração política.
Apesar do entusiasmo dos membros do movimento, analistas apontam que a formação de um novo partido enfrenta obstáculos jurídicos e logísticos, especialmente após as recentes mudanças nas regras de funcionamento partidário aprovadas pelo TSE. Além disso, o partido enfrentará a necessidade de coleta de mais de 500 mil assinaturas válidas em ao menos nove estados para ser oficialmente registrado.
A oposição ao governo Jerônimo Rodrigues também deve ser uma tônica do encontro. Em entrevistas recentes, integrantes do MBL criticaram duramente a gestão estadual por falhas na segurança pública, aparelhamento da máquina pública e falta de transparência fiscal. Os discursos prometem acirrar o debate político local e antecipar o tom das eleições municipais de 2024 e gerais de 2026.