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Empresário é preso por agredir companheira no Lobato; caso expõe falhas na proteção às vítimas

Publicada em: 09/05/2025 16:46 - Notícias

Na manhã desta sexta-feira (09), um empresário de 43 anos foi preso preventivamente no bairro do Lobato, Subúrbio Ferroviário de Salvador, acusado de agredir física e psicologicamente sua companheira. A prisão foi executada por agentes da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deamde Periperi, após decisão judicial baseada em provas apresentadas pela vítima e registros de reincidência do agressor.

Segundo a Polícia Civil, o homem já havia sido denunciado anteriormente, mas respondia em liberdade por ausência de medidas cautelares eficazes. A vítima, de 37 anos, relatou episódios constantes de violência doméstica que se intensificaram nos últimos meses, incluindo ameaças de morte, isolamento social e controle financeiro. O pedido de prisão preventiva foi acatado pelo Tribunal de Justiça da Bahia após nova agressão registrada no último domingo, quando vizinhos acionaram a polícia após ouvirem gritos de socorro.

O caso gerou indignação entre moradores da região e reascendeu o debate sobre a ineficiência das políticas públicas voltadas à proteção das mulheres. Dados do Ministério da Justiça indicam que, somente em Salvador, foram registrados mais de 1.200 casos de violência doméstica no primeiro quadrimestre de 2025, um aumento de 9% em relação ao mesmo período do ano anterior. Especialistas apontam que o ciclo da violência se perpetua pela baixa efetividade das medidas protetivas e pela fragilidade da rede de apoio social.

Organizações feministas e movimentos de defesa dos direitos das mulheres voltaram a cobrar do governo estadual o fortalecimento da estrutura das Deams, que operam com déficit de pessoal, estrutura precária e limitações tecnológicas. Atualmente, apenas uma pequena fração dos bairros periféricos de Salvador contam com atendimento especializado em tempo integral. A vítima do caso relatou ter esperado mais de cinco horas por atendimento após registrar o primeiro boletim de ocorrência.

A Secretaria de Políticas para as Mulheres da Bahia informou que está acompanhando o caso e oferecerá suporte psicossocial e jurídico à vítima. No entanto, a nota divulgada pela pasta não mencionou medidas concretas para corrigir as falhas estruturais que dificultam o rompimento do ciclo da violência doméstica.

 

O agressor permanece custodiado à disposição da Justiça e deve passar por audiência de custódia neste sábado. Se condenado, poderá pegar até 5 anos de prisão pelos crimes de lesão corporal, ameaça e violência psicológica no âmbito da Lei Maria da Penha.

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